sábado, 22 de novembro de 2008

Aconchego

Posso sonhar te, sonhar-me...

Sonhar... apenas com tu...

Estaria, viveria, seria ...

Uma manhã enevoada.

Seria, sentiria ,almejaria...

O bater das asas de um pássaro.

Almejaria o mistério próximo

Ainda não descoberto.

Magnificaria o nada!

Seria feliz em momentos como este

Que escrevo livremente como se eu o fosse

Sou grata em absorvê-lo.

Muita coisa exalei

Mas você me mostrou a magia Contida

no nó atado pela loucura

E a impossível quebra temida, sonhada,

de minha expressão...

Belo se não fosse frustante!


Os mágicos colocam surpresas na palma de nossas mãos. A idéia parece legal e divertida. Mas não me refiro a esses mágicos de cartas que nos prendem com a sua arte e nos proporcionam uma fuga da realidade com as suas habilidades surpreendentes. Me refiro àqueles mágicos que desfazem a magia que pensávamos ter. Aqueles mágicos que nos mostram que na verdade que nada sabemos da palma de nossas mãos.

Os truques aparecem nos lugares onde você menos imagina. Nos sentimos como crianças ingênuas quando percebem coisas nunca antes vistas. Ficamos surpresos e ao mesmo tempo magoados e frustados , pois a “bela”descoberta ocorreu na ilusão de um terreno conhecido. Descobrimos então que os vidros de nossas janelas é que estavam embaçados e tudo não passava de uma ilusão de ótica sentimental.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Produção independente resgata a essência da expressão humana


Em tempos de crise econômica, da corrida pela estabilidade financeira e pelo lucro, a subjetividade do ser humano e a arte tem sido deixada de lado. Perder tempo é perder dinheiro, por isso, a arte ,considerada pelos estressados homens do trabalho, uma perda de tempo, tem sido esquecida. E foi nessa complexidade da sociedade mecânica, que dois jovens resolveram criar um espaço para as pessoas expressarem sentimentos, idéias e emoções. Os escritores, Kléber Felix e Tiago Madureira, lançaram neste mês, o jornal de cunho artístico-literário, o INFINITO LONGE, que tem a finalidade de publicar poesias, crônicas e contos de artistas de escritores independentes da cidade de Dourados.
O jornal é uma simples publicação, de oito páginas, que traz em seus textos poéticos e expressivos, temas do cotidiano, desabafos e a mais pura manifestação da arte, que quebra paradigmas, criando novas formas de literatura. Na linha editorial do jornal o que impera é a liberdade nos textos artísticos. É a arte despreocupada, que clama pelo valor que merece.
O Jornal é estruturado com algumas sessões fixas, como “Guardanapos de Buteco”, “Um cigarro, um café...”, escritas por Kléber Félix e “Entre Guerras” e “Decepções Diárias de uma pessoa qualquer”, por Tiago Madureira. Nas últimas páginas, o jornal tem a sessão “Turistas”, que é desenvolvida por vários escritores independentes de Dourados.
Segundo um dos idealizadores do projeto, o ator e escritor Kléber Félix, a realidade de que existem muitos artistas que rabiscam suas idéias e não tem aonde publicá-las impulsionou a criação do jornal. “A idéia surgiu primeiramente da necessidade de se ter um espaço para publicar nossos textos, e então resolvemos montar o jornal e convidar toda a galera que escreve. Muito do que escrevemos não se encaixa no padrão de que muitos jornais, livros e revistas consideram literatura. A gente procura no jornal, escrever de acordo com a nossa linguagem, que é uma literatura “marginal”, por ser considerada fora dos padrões. Para mim, literatura é tudo o que é escrito e considerado pelo autor como literatura, pode ser uma poesia bem estruturada ou algo que tenha sido rabiscado em um guardanapo de boteco, por exemplo”, conta o escritor.
De acordo com Tiago Madureira, os artistas encontram muita dificuldade em divulgar seu trabalho e receber o valor que merecem. Na maioria das vezes a divulgação é feita por meio de fanzines e publicações independentes, que não possuem patrocínio. Para publicação do Jornal Infinito longe os jovens conseguiram patrocínio de duas empresas e estão vendendo o jornal pelo valor de um real. “Nosso sonho é que a gente consiga ampliar o número de cópias por edição e fazer com essa publicação chegue às escolas públicas da cidade e ai sim agente conseguiria realizar o nosso principal objetivo, que é lançar as obras desses autores da cidade e fazer com a juventude leia e que os autores sejam conhecidos e respeitados como autores que são” , disse Tiago.
Além de escritores e poetas, existem muitos profissionais jornalistas que sentem as dificuldades de publicar seus materiais. Muitos optam pelos fanzines, mas poucas pessoas têm acesso a esse tipo de publicação. A jornalista, Suzana Machado, acredita que iniciativas como a do Infinito Longe devem ser disseminadas no jornalismo. “Na verdade é esse tipo de trabalho independente, que acredito que seja o jornalismo puro mesmo , ou seja é quando o profissional tem a oportunidade e a possibilidade de colocar em prática aquilo que ele acredita, de criticar e avaliar as situações sem ter que se preocupar se aquilo vai passar pela aprovação do seu editor, ou se vai confrontar com a política do local onde você trabalha. Geralmente neste tipo de trabalho, você tem mais tempo, pois é você que cria e define o tempo de dedicação. Trabalhos mais trabalhados são sempre melhores, isso sem dúvida, e hoje você tem que dar conta de uma matéria em meia hora.”,opinou a jornalista
Suzana destaca também que atualmente o que se vê nas publicações de empresas de comunicações é que a ética aprendida no cursos acadêmicos tem sido ignorada. A produção de matérias que visem o lucro, e não a informação tem dominado o mercado de trabalho da comunicação.
Dessa forma, publicações como Infinito Longe reforçam e resgatam a necessidade do verdadeiro espírito da arte e também do jornalismo. Divulgar, informar tem sido conseqüências apenas da produção mercantilizada. É nessa essência da produção da arte independente e alternativa, que ainda têm- se a esperança de que as idéias sejam valorizadas tal como elas mereçam e que a literatura deixe de ser considerada uma perda de tempo.

Johnny vai a guerra - Parte 3 (mesmo que a parte 1 e 2 não sejam minhas)

Velha nação
Jogada na poeira
Buscando uma missão
Em meio a tanta asneira

Ele não pensava em revolução
Não queria seus pais envolvidos
Agia pelo coração
Pra razão não dava ouvidos

No fim da noite
queria estudar
Envolvido na magia do álcool
Suas mãos pareciam falar

domingo, 2 de novembro de 2008

Odeio encantos desviados de um coração belo

Suspiros que machucam as veias que ainda existem

Que logo após a realidade se renovam

Em uma magia desafiadora e perpetuante...

Me transporto para momentos ruins e me vejo em chamas

Violentamente puxada, me estabeleço na órbita pertinente

Crio e recrio emoções

Emoções sentidas em um pensamento vago e transitório...


A realidade sofre com a ausência de pensamentos pulsantes

Temos apenas navios, que seguem a mesma linha e usam a mesma âncora.